Campo geral se passa no estado de Minas Gerais, mais especificamente em Mutúm, o livro período em que o livro está situado é em algum momento durante a República Velha. O livro apresenta as características da terceira fase do modernismo brasileiro, é possível observar uma linguagem lírica, elementos regionais e neologismos.
O livro conta a história do menino Miguilim, que mora, com a família, em Mutúm, no estado de Minas Gerais. Ali, ele vive sua infância em meio à natureza. Apesar de ter outros irmãos, Miguilim tem um carinho especial por Dito. O narrador relata os fatos pela perspectiva de Miguilim, e mostra que o protagonista é um indivíduo complexo e que, apesar de criança, carrega em si questões existenciais.
Logo que a história começa, Miguilim está voltando com o Tio Terez do vilarejo onde havia ido para ser batizado. Miguilim e o irmão Dito, que é o mais próximo, o mais companheiro de Miguilim, ouvem uma briga do pai com a mãe, em que o pai está gritando e ofendendo a mãe. Dito diz a Miguilim que o pai não quer que a mãe converse nunca mais com o Tio Terez. Miguilim concluiu rapidamente que a mãe e o Tio Terez deviam estar traindo seu pai. Ao escutar a mãe chorando, Muguilim imediatamente corre para a sala onde os dois estão brigando, e se abraça à mãe que estava ajoelhada para protegê-la. Nesse momento toda a raiva do pai se volta contra Miguilim e é ele que apanha no lugar da mãe. A história continua mostrando o dia a dia da casa, a rotina dos irmãos e, principalmente, o amadurecimento de Miguilim, que é o foco principal da história. Entre medos, inseguranças, descobertas, raivas, Miguilim vai crescendo e amadurecendo, aos poucos, vamos sabendo que Miguilim tem uma saúde complicada e como não havia médico na região era o senhor Deográcias, um entendido em remédios, que atendia os doentes. Miguilim sabia que sua saúde não era boa e tinha muito medo de morrer. E isso é marcante em sua infância porque lhe dá uma sensibilidade ainda maior para tudo que está à sua volta. Após a morte do irmão Miguilim entrou em uma fase de tristeza tão grande que ficou doente. Quando sarou todos davam muito serviço para ele se ocupar e não pensar na morte do irmão. Mas logo depois, ele ficou doente novamente. Ainda de cama, Miguilim ouve um dia uma grande gritaria e fica sabendo que o pai havia matado o vaqueiro Luisaltino e depois se matado, enforcado. Tio Terez, que estava trabalhando longe, quando soube da morte do Dito e do irmão, voltou pra casa para trabalhar na roça e ajudar a cunhada, de quem ele gostava. Um dia, quando Miguilim já estava melhor, aparecem dois homens no sítio. Um deles era médico, Doutor José Lourenço, que percebeu que Miguilim era míope. O médico emprestou seus óculos para Miguilim que, quando os colocou no rosto, passou a ver tudo de outra forma. Muito mais claro, muito mais nítido. E essa passagem do livro é bastante simbólica, como se daquele momento em diante, tudo tivesse ficado mais bonito em sua vida.
O livro termina com Miguilim, pedindo os óculos emprestados ao Dr. Lourenço, mais uma vez, para poder enxergar cada membro de sua família e a beleza de Mutúm.
Comentários
Postar um comentário